Eu tive uma crise de dor lombar nos últimos dias como nunca tinha tido. Melhorei antes da noite da festa de Réveillon graças à mudança na posição de dormir, alguma atividade física e uns comprimidos (quem me conhece sabe o quanto eu os evito), mas ainda estava meio torto ontem. Ao sair de casa rumo à praia, pra ver a queima de fogos de artifício à meia noite, uma das minhas filhas pediu pra ir "no meu pescoço", o que significa "sentada nos meus ombros" (ou "na cacunda"; nordestinos entenderão). Ainda tinha dores, mas sob protesto de alguns parentes que não queriam que eu forçasse a coluna, coloquei a pequena sobre os ombros e segui. Na volta, com dores e já de mãos dadas com a pequena, que estava bem feliz, eu vi uma senhora de cabelos curtinhos, grisalhos, andando com imensa dificuldade, apoiada por dois homens que soltavam palavras de estímulo o tempo todo. "Vamos!", "Isso! "," Agora descansa, sem problema!".
Impossivel não lembrar da minha mãe, que estava nas mesmas condições há apenas 1 ano, e que este ano já não estava com a gente. Pensei na hora nela, na falta que fazia naquele momento, e em quantos Réveillons ainda terei com minhas filhas, e em quantos ainda poderei carregar uma delas nos ombros ou abraçar a outra que tinha medo dos fogos e depois ir pular ondas com ela pra passar o medo... e nessa hora as costas não doíam mais, embora tivesse uma lagrimazinha no olho...
Um feliz 2015 pra vocês. Que tenham muitos momentos felizes, que tenham a sabedoria de reconhecê-los e a coragem de aproveitá-los.
2 comentários:
A ausência de nossa Zete vai perdurar. Pessoalmente, não sei por quanto tempo, mas vai durar...
Lindo.Admiro sua sensibilidade e o carinho com que tens a família e as outras pessoas.Feliz Ano novo!
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